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Vidros Portugueses & Companhia

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Jarra

Outubro 28, 2023

blogdaruanove

 

 

Jarra em cristal, com cerca de 22,4 cm. de altura.

 

A designer Carmo Valente (n. 1930), que começou a desenhar peças em vidro no final da década de 1950, terá concebido na primeira metade da década de 1970, para a Fábrica-Escola Irmãos Stephens (FEIS), na Marinha Grande, um modelo de jarra semelhante a este, cujo formato foi designado como Burma, produzido pela fábrica em vidro de diversas cores – âmbar, ametista e verde, e em três diferentes dimensões.

 

Embora as versões habitualmente divulgadas da referida jarra sejam, na sua maioria, em vidro fosco sem qualquer decoração, conhece-se, pelo menos, um exemplar em vidro fosco ametista decorado com motivos florais estilizados ao gosto árabe, em esmalte branco e complementos a ouro (https://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/406844.html).

 

Para além dos modelos em vidro fosco sem qualquer decoração, comercializados em maior quantidade, existe ainda, no Museu do Vidro, na Marinha Grande, um exemplar em vidro azul e verde, datado de 1957-1960, que permite fazer recuar a data de concepção deste formato por Carmo Valente.

 

Obviamente, se ignorarmos o remate do gargalo, este formato evoca as famosas berluzes comercializadas pela empresa francesa dos irmãos Daum na viragem do século XIX para o século XX, as quais, por sua vez, se inspiravam em formatos persas de séculos anteriores.

 

 

Um formato semelhante, mas com tampa, foi também concebido pelo designer norte-americano Wayne Husted (1927-2022) para a Blenko Glass Company, de West Virginia, EUA, empresa com a qual colaborou entre 1952 e 1963.

 

Apesar de esta jarra ser executada em cristal e não estar marcada, ao contrário do que acontece com a maioria das peças da Atlantis e da Crisal, de Alcobaça, e da Stephens, da Marinha Grande, é possível que tenha sido produzida numa destas fábricas.

 

A Crisal, fundada em 1944, estabeleceu em 1970 uma fábrica na Marinha Grande. Passando a integrar o conglomerado internacional Libbey Inc. em 2005, a Crisal faz hoje parte da Leerdam Crisal Glass, multinacional instituída em 2022, mantendo uma das suas unidades de produção em Portugal.

 

A marca Atlantis surgiu em 1972, na Crisal, desaparecendo em 2016. Hoje em dia, na sequência da aquisição que o grupo Visabeira realizou em 2009, as peças produzidas na fábrica, que entretanto se havia autonomizado da Crisal, ostentam a marca Vista Alegre.

 

A produção de cristal Stephens terminou em 1992, com o encerramento da FEIS.

 

 

 

© Vidros & Companhia

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