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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Jarra

Dezembro 29, 2023

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Jarra, com cerca de 21 cm. de altura, da Fábrica-Escola Irmãos Stephens, Marinha Grande.

 

Este formato surge referenciado nos painéis documentais do Museu do Vidro da Marinha Grande com a denominação Aveiro. Juntamente com os formatos Adágio e Bari, assume-se como um dos ícones da modernidade formal materializada nas jarras comercializadas pela FEIS durante a primeira metade da década de 1970.

 

Produzidas em vidro moldado, estas jarras apresentam aquilo que na Marinha Grande sempre se designou através do galicismo vidro doublé, isto é, são constituídas por duas, ou mais, camadas de vidro, sendo que uma delas, neste caso a exterior, é de vidro transparente e a outra de vidro colorido.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Dezembro 21, 2023

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Pequena jarra, com cerca de 9,4 cm. de altura no vidro, e complementos em prata com punção português utilizado entre 1887 e 1937, executada pelos Établissements Gallé, em Nancy.

 

O consagrado nome de Émile Gallé (1846-1904) transformou-se num prestigiado símbolo de excelência essencialmente associado à arte do vidro, embora Gallé tenha sido também um desenhador exímio e um artista cuja produção se associou ainda a um conjunto de luxuosa produção em marcenaria, caracterizada pelos minuciosos e requintados embutidos, à cerâmica e à pintura.

 

 

 

A Escola de Nancy, um dos epítomes do estilo Art Nouveau, movimento artístico que deve esta designação ao estabelecimento comercial La Maison de l'Art Nouveau inaugurado por Samuel Bing (1838-1905) em 1895, foi fundada em 1901 e teve Émile Gallé como seu primeiro presidente.

 

A produção francesa de vidro artístico durante o período Art Nouveau não terá tido nome mais consagrado que o de Gallé, embora os também célebres irmãos Daum (Antonin, 1864-1931, e Auguste, 1853-1909) tenham criado peças de design e qualidade técnica semelhante.

 

Foi já no período Art Déco que, no âmbito do vidro artístico, surgiu um rival com celebridade à altura, René Lalique (1860-1945), o qual já se havia consagrado com espantosas criações de joalharia e ourivesaria durante o período Art Nouveau. Numa escala mais artesanal e reduzida, Gabriel Argy-Rousseau (1885-1953) concebeu peças igualmente notáveis entre meados da década de 1910 e finais da década de 1930.

 

Na empresa de Gallé chegaram a laborar centenas de operários, muitos dos quais atingiram especializações únicas, com dotes técnicos e artísticos ímpares. Um dos artesãos que mais se terá destacado pela qualidade da sua obra foi Paul Nicholas (1875-1952), que entrou para as oficinas Gallé em 1893 e ali permaneceu até 1919. Posteriormente criou a sua própria empresa, entre 1919 e 1923, vindo depois a colaborar com a empresa Cristalleries de Saint-Louis, em Nancy, conhecida mais tarde como D'Argental.

 

 

 

Embora esta pequena jarra não tenha sido submetida a um polimento final a fogo, o que lhe conferiria uma suavidade ao toque e uma superfície brilhante, apresenta, ainda assim, características que atestam a sua superior qualidade, como a combinação de gravação a ácido e à roda e a presença de diversas camadas sobrepostas de vidro – branco translúcido, verde, azul e rosa no interior.

 

A consagração do nome Gallé e a enorme procura das suas peças originou, no último quartel do século XX, o aparecimento de inúmeras falsificações e de associações espúrias ao seu nome, muitas vezes acompanhadas da abreviatura "Tip", que pretenderão indicar que as peças serão do tipo Gallé, um subterfúgio que não evita ambiguidades e dispendiosas decepções para os coleccionadores menos avisados.

 

 

As marcas presentes nas peças Gallé correspondem a diversos períodos, mas poderão definir-se três grandes fases na sua aplicação – as marcas aplicadas durante a sua vida, até 1904; as marcas aplicadas imediatamente após a sua morte, durante a primeira parte do período de administração de sua viúva, Henriette Gallé-Grimm (1848-1914), que incorporou um asterisco, adjacente à assinatura, entre 1905 e 1908; e as marcas aplicadas entre 1908 e 1936.

 

De acordo com os estudos especializados do académico Samuel Provost (datas desconhecidas) sobre a produção de Gallé, e a sistematização por si estabelecida, que identifica dez períodos e dez marcas-tipo que poderão apresentar pequenas variantes, esta assinatura corresponderá ao tipo MkIII, aplicado entre 1908 e 1920.

 

 

 © Vidros & Companhia

Cálice

Dezembro 11, 2023

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Cálice, com cerca de 21,5 cm. de altura, em cristal doublé lapidado e gravado.

 

A peça original, sem qualquer lapidação ou gravação, foi produzida em cristal da fábrica de Jorge Mateus (datas desconhecidas), em Alcobaça, empresa que a partir de 2008 passou a estar registada sob a designação Alexandre & Campos.

 

Posteriormente, o cálice foi lapidado por Octávio Botas Marques (n. 1939) e gravado a ácido fluorídrico por Vilma Libana (Vilma Teresa Franco Roque, dita Libana, n. 1965), filha do conceituado mestre gravador Libano (José Manuel Roque de Jesus, dito Libano, 1931-2009), tornando-se numa peça única que ostenta a data de 2007.

 

Este cálice, alusivo a Vasco da Gama (1469-1524), integrou a exposição Vilma Libana - Arte da Gravura em Vidro, que apresentou 32 peças com gravação de sua autoria e esteve patente no Museu do Vidro, na Marinha Grande, entre Junho e Novembro de 2010.

 

De Vilma Libana, o Museu do Vidro da Marinha Grande exibe permanentemente a peça A Última Ceia, datada de 2005 e executada em cristal Stephens, doublé, azul e banco.

 

 

© Vidros & Companhia

Pisa-papéis

Dezembro 02, 2023

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Pequeno pisa-papéis, com cerca de 9,1 cm. de altura, em cristal sem chumbo.

 

Note-se como esta figura estilizada é algo ambígua, representando um animal que, sendo reminiscente de uma peça de xadrez, tanto se assemelha a um equídeo de pescoço alongado como a um cavalo-marinho.

 

Atendendo às características técnicas da sua produção e à combinação do seu retorcido núcleo cromático, é possível que esta peça tenha sido produzida pelo Jasmim Glass Studio, uma das inovadoras oficinas de vidro da Marinha Grande, apesar das suas semelhanças com o vidro de Murano, que a Jasmim muitas vezes evocou.

 

A oficina Jasmim, pese embora o entusiasmo e empenho dos seus fundadores e colaboradores, entre os quais se destacaram António Noivo (datas desconhecidas) e António Esteves (n. 1953), e a notável produção que desenvolveu, quer na área do vidro tradicional com laboração manual quer na área da inovação do design e da promoção do vidro de autor, teve efémera duração.

 

Fundada em 1996, a empresa veio a inserir-se no alargado projecto Marinha Grande MGlass, que visava recuperar, renovar e promover a dinâmica vidreira da Marinha Grande, mas sucumbiu poucos anos depois, já no século XXI, sendo judicialmente declarada a sua insolvência por sentença proferida a 13 de Setembro de 2010.

 

 

 

© Vidros & Companhia

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