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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Aneleira

Fevereiro 25, 2024

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Pequena aneleira, com cerca de 4,4 x 8,5 x 7,6 cm. em pâte de verre (pasta de vidro) da empresa francesa Daum.

 

Embora esta pequena peça, que aparenta reproduzir duas orquídeas, seja claramente inspirada na gramática Art Nouveau, é um exemplo da produção da empresa comercializada já durante o último quartel do século XX.

 

O processo de produção da pasta de vidro tem por base um molde, que tradicionalmente seguia o modelo de cera perdida também utilizado nas peças de bronze, para onde se vertia a massa de vidro fundido, originando assim a característica pasta vítrea marcada por bolhas.

 

Como já foi referido, a empresa Daum, fundada no último quartel do século XIX, produziu vidro artístico cuja qualidade, particularmente durante o período Art Nouveau, ombreou com a da empresa Gallé.

 

Note-se que a pétala central da orquídea se apresenta revirada para o exterior, razão pela qual, neste ângulo fotográfico, parece estar danificada.

 

Este formato também foi produzido numa variante em tons de verde e azul.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Fevereiro 17, 2024

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Jarra moldada, com cerca de 21,3 cm. de altura, em vidro branco transparente com revestimento químico irisado.

 

A técnica de revestir o vidro com uma substância química que produz efeitos irisados de diferentes cores, conhecida em inglês como flashing, tornou-se muito popular na segunda metade do século XIX e assumiu particular importância em vidros da Alemanha, Áustria e Boémia, tornando-se até uma imagem de marca, na sua versão mais elaborada, com múltiplas camadas para diferentes tons e efeitos sobrepostos, de alguma produção da conceituada empresa Loetz.

 

Nos Estados Unidos, depois das notáveis peças criadas nas empresas Tiffany e Steuben, versões mais industrializadas, vulgares e menos dispendiosas, desta técnica, aplicadas em vidro prensado e moldado, conhecido como depression glass, nome derivado da depressão resultante do crash bolsista de 1929, tiveram um período alto na década de 1930. 

 

Em Portugal, o vidro com este revestimento químico de uma simples camada, popularmente conhecido como casca de cebola devido ao seu tom alaranjado, teve o seu perído áureo nas décadas de 1930 e 1940, conhecendo-se também peças com revestimento irisado azul.

 

As peças portuguesas com este revestimento irisado, obviamente um tratamento menos dispendioso e tecnicamente menos exigente do que o do vidro doublé, tanto surgem no seu aspecto mais simples, como este, como surgem decoradas a esmalte policromado, gravadas a jacto de areia, lapidadas, ou combinando mais do que uma destas técnicas.

 

O formato desta jarra, em particular, não deixa de evocar as lanternas orientais ou os balões dos santos populares, das festas juninas de Santo António, São João e São Pedro, mas não deixa, também, de remeter para o Futurismo e de sugerir algumas formas mecânicas associáveis à denominada Machine Age.

 

A gramática formal desta peça coincide com muito do vidro moldado da Marinha Grande, resultando muito provavelmente da produção de uma das unidades fabris desta localidade

 

 

 

© Vidros & Companhia

Fruto

Fevereiro 12, 2024

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Fruto, com cerca de 11,3 cm. de altura, em cristal sem chumbo produzido pelo Jasmim Glass Studio, na Marinha Grande.

 

As peças de fruta em vidro foram também características da arte vidreira veneziana, atingindo particular notoriedade em Murano, no pós-guerra, as produções em vetro sommerso de Alfredo Barbini (1912-2007).

 

Posteriormente, durante a década de 1990, as peças reproduzindo frutos foram bastante populares, existindo exemplares produzidos por diferentes estúdios internacionais de vidro, desde a China aos Estados Unidos, e também uma série, talvez a mais consagrada, produzida pela fábrica Kosta Boda, na Suécia.

 

 

 

Note-se como a concepção deste fruto poderia ser considerada algo surrealista, uma vez que o seu formato se aproxima da representação de uma laranja descascada apresentando pedúnculo e folha.

 

Conhecem-se outras peças desta série do Jasmim Glass Studio, como maçãs e pêras, produzidas com as mesmas combinações cromáticas.

 

As maçãs e pêras produzidas na Marinha Grande são particularmente semelhantes, no que respeita à morfologia das folhas salientes com nervuras em relevo, às de Barbini, embora estas apresentem combinações bicromáticas, como o azul e o vermelho interior, que resultam na impressão de o seu núcleo ser ametista.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Fevereiro 02, 2024

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Jarra moldada em vidro de três camadas, com cerca de 21,5 cm. de altura, concebida por Pierre d'Avesn (Pierre Girre, 1901-1990), famoso designer que colaborou com as conceituadas empresas Lalique, onde criou algumas das mais famosas peças não assinadas por René Lalique (1860-1945), Daum, Verlys e Sèvres/Choisy-le-Roy.

 

As decorações florais em estilo Art Déco, como esta, contribuíram grandemente para a consagração de Pierre d'Avesn, embora este seja um artista que também produziu peças representando animais e criou composições mais abstracizantes e geométricas. 

 

 

 

Na maior parte dos casos, Pierre d'Avesn colaborou com estas empresas sem ter direito a assumir publicamente a autoria das suas criações, mas durante a segunda metade da década de 1920 trabalhou por conta própria e, a partir de então, muitas das peças passaram a ostentar o seu nome.

 

Conhecem-se outros exemplares, com este design e também com três camadas, em vidro cor de âmbar e em vidro branco translúcido e fosco.

 

 

© Vidros & Companhia

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