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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Jarra

Abril 29, 2024

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Pequena jarra dos Établissements Gallé, com cerca de 7,8 cm. de altura, ostentando assinatura correspondente a uma variante da marca Provost MkI, aplicada até 1904.

 

Este exemplar apresenta decoração à roda efectuada na camada laranja do vidro, decorrendo o seu acabamento acetinado ao tacto do facto de a peça ter sido submetida a um polimento a fogo depois desta intervenção.

 

 

 

A armação ostenta punção de prata portuguesa de 2.º toque (833 milésimas), na variante da marca octogonal aplicada no Porto e correspondente ao período de 1887 a 1937.

 

Embora o formato desta jarra Gallé seja bem conhecido e existam exemplares semelhantes em número considerável, não há registo de outro exemplar com igual decoração complementar em prata.

 

 

 

As bagas são um motivo recorrente durante o período Art Nouveau, sendo comuns tanto na produção de outras empresas vidreiras europeias como na produção de diferentes empresas cerâmicas.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Cálice

Abril 25, 2024

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Cálice em cristal da fábrica Stephens, Marinha Grande, com cerca de 18,6 cm. de altura, comemorativo do 25 de Abril de 1974.

 

 

 

Concebida como uma peça comemorativa, este cálice celebra não apenas o 25 de Abril mas também, e acima de tudo, a perícia e capacidade técnica dos vidreiros da Marinha Grande.

 

Mostruário de diversas técnicas, este cálice não só foi extensamente lapidado e gravado de diferentes formas – a ácido, a estilete e à roda, como ainda apresenta uma bolha controlada no interior do seu pé.

 

 

 

Produzido numa edição limitada a 500 exemplares, apresenta na sua base, a estilete, as inscrições "372", numa oval, e "STEPHENS".

 

Também inscrita a estilete, à direita da palavra "LIBERDADE", apresenta a assinatura autógrafa do autor – "Libano" (José Manuel Roque de Jesus, dito Libano, 1931-2009).

 

Um exemplar semelhante integra a exposição permanente do Museu do Vidro da Marinha Grande.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Abril 22, 2024

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Jarra moldada, com cerca de 15,6 cm. de altura, ostentando decoração minimalista com filetagem a azul e dourado, no exterior, e escorrido branco no interior, entre duas camadas de vidro transparente.

 

 

 

Como já foi referido, as jarras com estas protuberâncias, repetidas e concêntricas, são características da produção vidreira Art Déco da Marinha Grande, remetendo quer para as lanternas orientais e as lanternas dos Santos Populares, celebrados em Junho, quer para alguma gramática iconográfica associada à Machine Age.

 

 

 

A pequena jarra apresentada acima, com cerca de 8,8 cm. de altura, ostenta punção de prata portuguesa de 2.º toque (833 milésimas), na variante da marca octogonal aplicada no Porto e correspondente ao período de 1938 a 1984, e ilustra a tendência fomal das protuberâncias circulares aplicadas em várias peças decorativas e funcionais do período Art Déco.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Taças

Abril 16, 2024

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Taça em cristal, com cerca de 4,6 cm. de altura e 11 cm. de diâmetro, decorada com motivos geométricos em esmalte tricolor – branco, preto e vermelho, e platina.

 

Apesar de a asa permitir utilizar os exemplares mais pequenos como chávenas, este conjunto, em que a taça maior ostenta as dimensões de 8,4 cm. de altura e 21,3 cm. de diâmetro máximo, seria indicado, bem como os similares, para sobremesas – doce ou gelado, ou até para salada de frutas, mas não para ponche, como à primeira vista poderia parecer.

 

 

 

O formato das taças com três pés revirados é comum na produção da Marinha Grande e está documentado nas décadas de 1930 a 1950, quer com decoração policromada a esmalte quer com decoração rugosa ou areada, habitualmente designada como "granitado" na indústria vidreira, obtida com a fusão de partículas vítreas na superfície exterior das peças.

 

Menos comum é o facto de aparecerem taças, como estas, em que um dos pés foi alargado para servir como asa, o que permite especular sobre a possibilidade de a produção de estas peças não ser atribuível à Marinha Grande, mas sim a fábricas vidreiras da Boémia ou de França, como diversas fontes referem.

 

Sabendo-se, no entanto, como as fábricas da Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis seguiram de perto diversos modelos da Boémia, é bem possível que esta seja produção nacional.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Abril 10, 2024

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Pequena jarra, com cerca de 18,4 cm. de altura, decorada a esmalte policromado com motivos florais e vegetais estilizados e complementos a ouro.

 

Embora algumas fábricas da Alemanha, Áustria e Boémia tenham produzido vidro nesta tonalidade, e apresentem superfícies iridiscentes semelhantes, causadas por um tratamento químico (flashing) na superfície das peças, este formato e a numeração indicativa do motivo decorativo correspondem à produção da consagrada empresa inglesa Thomas Webb & Sons.

 

 

 

Fundada em 1837, a fábrica tornou-se famosa pelas sumptuosas criações em camafeu, com duas, ou três, camadas de vidro sobrepostas – apresentando habitualmente uma cor translúcida no interior e branco opaco no exterior, sendo esta última minuciosamente esculpida.

 

No último quartel do século XIX, contudo, a Thomas Webb também produziu vidro com as características que aqui se ilustram, denominado Bronze Glass, sendo talvez uma das primeiras fábricas oitocentistas a tentar replicar a iridiscência desenvolvida nos antigos vidros descobertos em escavações arqueológicas.

 

Uma pequena jarra de Bronze Glass, com cerca de 6,4 cm. de altura e 9 cm. de largura, ostentando decoração esmaltada e finos complementos a ouro, semelhantes aos que aqui se apresentam, integra o acervo do Victoria and Albert Museum, em Londres, podendo ser vista aqui: https://collections.vam.ac.uk/item/O2248/bronze-vase-thomas-webb/.

 

 

 

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Jarra

Abril 04, 2024

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Jarra, com cerca de 18,6 cm. de altura, ostentando decoração floral pintada à mão e complementos a dourado, no exterior, e escorrido bicromático, azul e branco, no interior, entre duas camadas de vidro transparente.

 

Esta técnica encontra-se documentada na produção vidreira da Marinha Grande da década de 1930, sendo, no segundo quartel do século XX, também uma produção comum à da fábrica francesa de Clichy.

 

 

 

Esta técnica, reminiscente da mais refinada zwischengoldglas (literalmente, ouro entre duas camadas de vidro) setecentista, surge com mais frequência, na produção da Marinha Grande, em tons interiores de verde e branco, que também é a combinação mais vulgar na produção de Clichy.

 

Tal como se verifica nas peças de Clichy, existem vários formatos de jarras da Marinha Grande que combinam esta técnica decorativa com um, dois ou mais anéis exteriores moldados em relevo, formatos esses que são bem característicos da produção Art Déco.

 

Este estilo afirma-se aqui, essencialmente, através da exuberância cromática e da gramática floral, reminiscente daquela que a inglesa Clarice Cliff (1899-1972) aplicou na sua cerâmica e que, em Portugal, ecoa também em alguns dos motivos florais da Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

 

 

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