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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Pisa-papéis

Junho 24, 2024

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Pisa-papéis, com cerca de 5,7 cm. de altura e 8 cm. de diâmetro, produzido em França, na Cristallerie de Clichy, entre 1837 e 1885.

 

Os pisa-papéis oitocentistas de Clichy surgem predominantemente em duas dimensões – algumas semelhantes a esta, outras menores, consideradas miniaturas, variando entre cerca de 3 a 4 cm. de altura e 4,5 a 5,3 cm. de diâmetro.

 

 

 

Conhecem-se diversas variantes cromáticas para estes pisa-papéis, nomeadamente quanto às rosetas – verdes/vermelhas/brancas, verdes/brancas/pretas, brancas/rosa/vermelhas, azuis/brancas/vermelhas e púrpuras/brancas/vermelhas.

 

Já quanto às espirais, conhecem-se as seguintes combinações – brancas/pretas/lilazes, brancas/rosa metálico/rosa, brancas/pretas/azuis, brancas/azul celeste/azul turquesa e brancas/pretas/verde lima.

 

Embora estes exemplares não sejam exorbitantemente dispendiosos, as peças da Clichy constituem, juntamente com os exemplares das fábricas francesas Baccarat e Saint-Louis, um triângulo incontornável no coleccionismo de prestigiados pisa-papéis, sendo muito procurados dada a sua relativa escassez no mercado.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Bomboneira

Junho 18, 2024

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Bomboneira, com cerca de 30,2 cm. de altura, em vidro branco transparente, vidro ametista e vidro coalhado.

 

O corpo central desta peça e a tampa ostentam estas três camadas de vidro, como se pode ver no corte apresentado abaixo.

 

Este formato é claramente evocativo de algumas píxides ou cibórios tradicionais das celebrações católicas, apresentando ainda uma decoração em vidro transparente que remete para a tradição vidreira veneziana.

 

 

 

O Museu do Vidro, na Marinha Grande, ilustra na documentação da sua exposição permanente uma imagem onde se apresenta uma peça semelhante a esta, juntamente com cinco peças em vidro opalino pintado, com a seguinte legenda - "Vidros opalinos pintados, Crisal - Cristais de Alcobaça, SARL, Alcobaça, 1968/72."

 

No entanto, esta peça não apresenta qualquer secção em vidro opalino. O vidro opalino, embora tenha sido produzido, de facto, pela Crisal, é um vidro branco translúcido com cintilações semelhantes às da opala polida ou, numa rosada versão oitocentista francesa, às do papo de pomba (gorge de pigeon), mas o vidro branco que integra esta peça é coalhado (lattimo), sendo, portanto, de um branco opaco.

 

Conhecem-se variantes deste modelo português em tons de azul e verde água.

 

Existe ainda um formato semelhante, mas de linhas curvilíneas menos acentuadas no corpo e na tampa, que eventualmente terá servido de modelo a este e é conhecido em tons de rosa, atribuído à produção italiana de Empoli.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Junho 11, 2024

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Jarra com cerca de 29,4 cm. de altura, produzida na Marinha Grande.

 

Embora as características desta peça sejam muito semelhantes às da produção italiana de Murano, ou mesmo às da produção da Boémia, nomeadamente às peças de Chřibská, existem registos públicos e catálogos de produção similar na Marinha Grande, a partir da década de 1970, com a designação Murano, nomeadamente para taças, com as referências 122 e 146, da Fábrica-Escola Irmãos Stephens.

 

As peças originárias de Chřibská apresentam habitualmente uma ou duas cores combinadas com o vidro branco transparente, enquanto as peças da Marinha Grande tendem a combinar três ou quatro cores.

 

 

 

Na Fábrica-Escola Irmãos Stephens laborou António Esteves (n. 1953), que ali havia ingressado em meados da década de 1960, com doze anos. Na FEIS acabou por se tornar mestre vidreiro, aos vinte e cinco anos, e ali permaneceu até 1992, tendo sido provavelmente um dos mestres a executar estas peças para aquela empresa.

 

Depois de abandonar a FEIS, Esteves passou a colaborar com o Estúdio Jasmim, onde continuou a produzir peças semelhantes a esta até cerca de 2009.

 

 

 

O Museu do Vidro, na Marinha Grande, integra peças semelhantes a esta no seu acervo

 

Como já foi referido, o Estúdio Jasmim encerrou em 2010.

 

 

© Vidros & Companhia

Cinzeiro

Junho 04, 2024

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Cinzeiro, ou taça, com cerca de 7,9 cm. de altura e 18,2 cm. de diâmetro, em vidro branco translúcido e azul turquesa com inclusões de bolhas de ar e folha de ouro.

 

Características da produção veneziana, as inclusões de folha de ouro servem aqui, em conjunto com a massa vítrea livremente trabalhada e as bolhas de ar controladas, para indiciar a origem italiana desta peça, que não apresenta qualquer marca.

 

Apesar da inexistência de qualquer marca, a produção desta atraente peça é indubitavelmente atribuível à secular e prestigiada fábrica Barovier & Toso, fundada em 1295 e ainda hoje em laboração (Barovier&Toso: Luxury Murano blown glass lighting since 1295).

 

Muitas das peças de Murano produzidas como cinzeiros evocam, habitualmente, o princípio do almofariz, pelo que será possível que este exemplar tenha sido comercializado com um pilão, utilizado para apagar os cigarros, agora em falta.

 

 

 

© Vidros & Companhia

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