Pote com Tampa
Agosto 28, 2024
blogdaruanove
Pote com tampa, com cerca de 29,8 cm. de altura, em vidro ametista.
Executada em vidro de fina espessura, no seu corpo intermédio, esta peça, produzida certamente no século XX, remete para formatos de séculos anteriores, aproximando-se do formato de algumas píxides ou cibórios da liturgia católica.
No Palácio Nacional de Mafra existe também uma peça, provavelmente datada do século XVIII e de fabricação atribuível a Coina, com formato semelhante e classificada nalgumas publicações como sendo um "copo lavatório com tampa".
Consoante a sua altura, diâmetro e finalidade, peças similares a esta podem receber também as designações de bomboneiras ou compoteiras.
Embora não se encontre marcada, é possível que esta peça tenha sido executada na Marinha Grande, onde o vidro ametista foi amplamente utilizado, em inúmeras peças, ao longo do século XX.
Conhecem-se diversas peças similares em cristal branco transparente, com corpo central de maiores dimensões e altura total próxima dos 58 cm., gravadas pela empresa Cêa Simões, tendo o Depósito da Marinha Grande comercializado também peças deste género, em vidro sem gravação, sob a designação "Caixa em vidro manual soprado cilíndrica com pé e tampa".
Existem formatos semelhantes, em cristal ametista e branco translúcido gravado, produzidos na consagrada fábrica francesa Baccarat e, obviamente, outras peças semelhantes fabricadas em diferentes regiões da Europa.
No âmbito da história da arte vidreira, o formato que esta peça mais evoca, como é evidente, é o do pokal ou deckelpokal germânico, que surgiu em profusão nos séculos XVII e XVIII e cuja produção se expandiu particularmente nas regiões da Boémia e da Silésia, chegando ainda neste último século à América do Norte.

© Vidros & Companhia

