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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Jarra

Janeiro 29, 2025

blogdaruanove

 

Jarra ao gosto Arte Nova, ou Jugendstil, com cerca de 17,4 cm. de altura, cuja produção é habitualmente atribuída às fábricas Kralik ou Rindskopf, da Boémia.

 

Por vezes, esta produção também aparece atribuída à fábrica alemã Heckert, embora a conjugação dos tons cromáticos, das faixas púrpuras ligeiramente elevadas e da sobreposição de faixas entre si, não corresponda à habitual gramática decorativa desta empresa (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/jarra-38325).

 

Peça datável de finais do século XIX ou inícios do século XX.

 

 

 

O efeito decorativo desta peça foi obtido a partir de uma base em vidro branco, à qual se adicionaram pequenas manchas de pasta vítrea cor de laranja. Posteriormente, recebeu as faixas de pasta vítrea púrpura e todo o conjunto foi submetido a um tratamento químico, que lhe conferiu o multicolorido aspecto irisado da superfície.

 

A criação de um rebordo tripartido e de quatro concavidades, no corpo principal, está em sintonia com o que ocorria também na cerâmica contemporânea, conhecendo-se algumas jarras em faiança, da fábrica francesa de Sarreguemines, com vidrado cor de rosa, muito semelhantes a este formato.

 

O acabamento irisado está em consonância com o que então se produzia em outras fábricas de vidro, como a Loetz, a Quezal ou a Tiffany, mas também em consonância com o que se produzia em fábricas cerâmicas como a francesa Massier, a americana Weller (particularmente através da sua linha Sicardo) ou a húngara Zsolnay.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra com pé

Janeiro 23, 2025

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Jarra com pé, medindo cerca de 23, 4 cm. de altura, em cristal da Atlantis, Alcobaça.

 

Esta jarra lapidada apresenta uma gravura a ácido com a inscrição, evocativa do bicentenário do seu falecimento, "Marquez de Pombal / 1782-1982 / II Centenário". Na base apresenta ainda, gravadas manualmente a estilete, a inscrição "RG" e a numeração "23/35", o que indica ser esta uma edição limitada a 35 exemplares.

 

Na mesma ocasião, a fábrica Stephens, da Marinha Grande, produziu também peças em cristal alusivas a este centenário, copos de pé com cerca de 21,5 cm. de altura, exaustivamente lapidados, gravados à roda, com detalhes decorativos semelhantes às da peça evocativa do 25 de Abril de 1974 já aqui reproduzida (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/calice-15749), e com uma gravura a ácido, diferente desta, apresentando a inscrição "1782 . 1982 / Marquez de Pombal . II Centenário".

 

 

 

O Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras, marquês de Pombal, 1699-1782) teve papel preponderante na reimplementação e consolidação da fábrica de vidro da Marinha Grande, que anteriormente pertencera a John Beare (datas desconhecidas) e a partir de 1769 passou a pertencer aos irmãos Stephens, Guilherme (William, 1731-1803) e João Diogo (John James, 1748-1826), não apenas no seguimento da malograda experiência de Beare na Marinha Grande mas também da que anteriormente decorrera na Real Fábrica de Coina.

 

Esta gravura do Marquês de Pombal, com a mesma legenda, conhece-se, ainda, em pequenas campainhas de mesa fabricadas também pela Atlantis. 

 

A memória do Marquês de Pombal, e a sua importância para a indústria vidreira da Marinha Grande, encontra-se ainda documentada, tal como já foi anteriormente referido (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/pote-com-tampa-3600) na criação, ocorrida durante a I República, da fábrica homónima, que utilizou um logótipo com a efígie do marquês.

 

(As alterações de contorno, visíveis na base desta peça, devem-se apenas à edição e recorte automático da imagem, encontrando-se a peça integralmente preservada.)

 

 

 

© Vidros & Companhia

Caixa laranja

Janeiro 15, 2025

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Caixa em vidro prensado, laranja opaco, com cerca de 4,7 x 12,2 x 9,8 cm.

 

Esta caixa, que poderia servir como cigarreira de mesa, apresenta uma decoração em relevo que remete claramente para a técnica do vidro lapidado.

 

Elaborado a partir da inclusão de cádmio e seleno na pasta, o vidro laranja é um dos vidros cuja coloração tem custos de produção mais elevados, tal como o vidro azul e, particulamente, o vidro vermelho.

 

 

 

Embora os tons laranja surjam já como uma tendência cromática no início do século XX, num vidro iridiscente, posteriormente designado com Carnival Glass, desenvolvido pela companhia americana Fenton, num tipo de vidro opaco denominado Tango, produzido na Boémia durante as décadas de 1920 e 1930, e no vidro americano translúcido, prensado e menos oneroso, produzido após o crash bolsista de 1929 e conhecido como depression glass, esta peça remontará apenas à década de 1960 ou 1970, altura em que diversas fábricas estrangeiras, como a Fenton e a Viking, comercializaram vidro laranja translúcido no âmbito de alguns revivalismos nas artes decorativas, durante o auge da cultura Pop.

 

Contudo, esta peça, até porque apresenta um laranja opaco, poderá ter sido produzida em Portugal.

 

Conhecem-se, ainda, variantes desta caixa em vidro opaco marmoreado, apresentando tons de branco e castanho-avermelhado ou branco e ametista escuro. 

 

 

 

Actualmente, há peças associadas a outras variantes deste padrão losangular revivalista, nomeadamente alguns copos de pé em vidro moldado, ainda hoje produzidos e comercializados, em diversas cores, pelo grupo Vista Alegre / Atlantis.

 

Conhecem-se ainda outros exemplares, de copos rasos, que combinam este padrão com folhas de acanto e motivos neoclássicos, em vidro laranja translúcido, produzidos também, tais como os anteriores, em moldes tripartidos.

 

Obviamente, as tonalidades alaranjadas translúcidas tiveram ainda um período áureo na produção vidreira portuguesa, entre as décadas de 1930 e 1950, através do tratamento químico da superfície do vidro branco transparente, processo denominado em inglês flashing e comum no depression glass, que deu origem ao vidro popularmente conhecido como casca de cebola.

 

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Janeiro 08, 2025

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Jarra da série Pajazzo, com cerca de 21 cm. de altura, criada pela conceituada designer Nanny Still (1926-2009; https://en.wikipedia.org/wiki/Nanny_Still) para a fábrica finlandesa Riihmäki/Riihimäen.

 

Na base apresenta a inscrição manuscrita, ligeiramente desgastada, RIIHIMÄEN LASI OY NANNY STILL.

 

 

 

Produzidas entre os anos de 1971 e 1974, estas jarras, correspondentes ao modelo 1301, existem ainda com outras combinações cromáticas, nomeadamente em vermelho e amarelo-esverdeado e em cinzento e amarelo-esverdeado.

 

Há ainda outras variantes de este formato, seja com apenas um conjunto de quatro calotas na base, seja com dois conjuntos que apresentam maior espaçamento entre si. Estas variantes de formato surgem também noutras combinações cromáticas, como as já referidas acima. 

 

 

 

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