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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Jarra

Setembro 14, 2025

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Jarra moldada, com cerca de 18,4 cm. de altura, provavelmente produzida na empresa Antonienhütte, de Franz Welz (1850-1924).

 

Este motivo em relevo, conhecido entre os coleccionadores anglófonos como "brain maze", gera algumas dúvidas quanto à origem da sua produção, havendo quem o atribua também à fábrica boémia Kralik, mas as investigações mais recentes apontam para a empresa de Welz.

 

 

Apesar de esta ser uma peça moldada, o rebordo biselado desta jarra demonstra um acabamento cuidado e de grande qualidade. O amarelo de cádmio e o seu revestimento iridescente contribuem também para transmitir um toque de maior exclusividade na produção da jarra.

 

A empresa Welz tem as suas origens em 1728, ano em que foi fundada por uma família denominada Kopp. Vaclav  Weltz casou em 1794 com Maria Anna Kopp, dando assim origem ao ramo Welz na empresa. Um século depois, o seu descendente Franz Welz fundou a fábrica Antonienhütte, em Klostergrab, atual República Checa, que operou até à década de 1930 e terá produzido esta peça.

 

 

 

Este formato vegetal estilizado, reminiscente de um bolbo em crescimento, é característico do estilo Art Nouveau / Jugendstil, sendo comum à produção de várias fábricas de vidro e cerâmica do final do século XIX e primeiro quartel do século XX.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Janeiro 29, 2025

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Jarra ao gosto Arte Nova, ou Jugendstil, com cerca de 17,4 cm. de altura, cuja produção é habitualmente atribuída às fábricas Kralik ou Rindskopf, da Boémia.

 

Por vezes, esta produção também aparece atribuída à fábrica alemã Heckert, embora a conjugação dos tons cromáticos, das faixas púrpuras ligeiramente elevadas e da sobreposição de faixas entre si, não corresponda à habitual gramática decorativa desta empresa (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/jarra-38325).

 

Peça datável de finais do século XIX ou inícios do século XX.

 

 

 

O efeito decorativo desta peça foi obtido a partir de uma base em vidro branco, à qual se adicionaram pequenas manchas de pasta vítrea cor de laranja. Posteriormente, recebeu as faixas de pasta vítrea púrpura e todo o conjunto foi submetido a um tratamento químico, que lhe conferiu o multicolorido aspecto irisado da superfície.

 

A criação de um rebordo tripartido e de quatro concavidades, no corpo principal, está em sintonia com o que ocorria também na cerâmica contemporânea, conhecendo-se algumas jarras em faiança, da fábrica francesa de Sarreguemines, com vidrado cor de rosa, muito semelhantes a este formato.

 

O acabamento irisado está em consonância com o que então se produzia em outras fábricas de vidro, como a Loetz, a Quezal ou a Tiffany, mas também em consonância com o que se produzia em fábricas cerâmicas como a francesa Massier, a americana Weller (particularmente através da sua linha Sicardo) ou a húngara Zsolnay.

 

 

 

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Jarra

Dezembro 21, 2024

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Jarra em vidro irisado com cerca de 16,8 cm. de altura.

 

Durante muitos anos aceite como sendo produção da fábrica boémia Kralik, e muitas vezes, até, apresentada como obra da mais prestigiada fábrica austríaca Loetz, esta peça foi identificada na última década como tendo sido criada, cerca de 1902, por Otto Thamm (1860-1905) para a fábrica alemã de seu falecido sogro, Friedrich ["Fritz"] William Heckert (1837-1887).

 

Fundada em 1866, a fábrica Heckert foi incorporada em 1923 na empresa Josephinenhütte, que recebeu algum do seu arquivo documental.

 

 

 

Este exemplar apresenta uma variante de cor do motivo conhecido como Changeant, motivo que não só confundiu os especialistas, dada a sua semelhança com alguma produção da Loetz, como elevou a procura destes exemplares, cuja qualidade técnica em nada é inferior à da Loetz e cujo prestígio se equipara actualmente às melhores produções desta fábrica austríaca.  

 

Como o nome do motivo indica, a percepção da cor e do irisado da superfície da jarra pode variar consoante a incidência da luz, resultando numa hipnótica e feérica criação em vidro, equiparável à das peças que celebrizaram a produção de consagradas fábricas europeias e americanas como a Loetz, a Quezal e a Tiffany durante o movimento Art Nouveau / Jugendstil.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Abril 29, 2024

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Pequena jarra dos Établissements Gallé, com cerca de 7,8 cm. de altura, ostentando assinatura correspondente a uma variante da marca Provost MkI, aplicada até 1904.

 

Este exemplar apresenta decoração à roda efectuada na camada laranja do vidro, decorrendo o seu acabamento acetinado ao tacto do facto de a peça ter sido submetida a um polimento a fogo depois desta intervenção.

 

 

 

A armação ostenta punção de prata portuguesa de 2.º toque (833 milésimas), na variante da marca octogonal aplicada no Porto e correspondente ao período de 1887 a 1937.

 

Embora o formato desta jarra Gallé seja bem conhecido e existam exemplares semelhantes em número considerável, não há registo de outro exemplar com igual decoração complementar em prata.

 

 

 

As bagas são um motivo recorrente durante o período Art Nouveau, sendo comuns tanto na produção de outras empresas vidreiras europeias como na produção de diferentes empresas cerâmicas.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Aneleira

Fevereiro 25, 2024

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Pequena aneleira, com cerca de 4,4 x 8,5 x 7,6 cm. em pâte de verre (pasta de vidro) da empresa francesa Daum.

 

Embora esta pequena peça, que aparenta reproduzir duas orquídeas, seja claramente inspirada na gramática Art Nouveau, é um exemplo da produção da empresa comercializada já durante o último quartel do século XX.

 

O processo de produção da pasta de vidro tem por base um molde, que tradicionalmente seguia o modelo de cera perdida também utilizado nas peças de bronze, para onde se vertia a massa de vidro fundido, originando assim a característica pasta vítrea marcada por bolhas.

 

Como já foi referido, a empresa Daum, fundada no último quartel do século XIX, produziu vidro artístico cuja qualidade, particularmente durante o período Art Nouveau, ombreou com a da empresa Gallé.

 

Note-se que a pétala central da orquídea se apresenta revirada para o exterior, razão pela qual, neste ângulo fotográfico, parece estar danificada.

 

Este formato também foi produzido numa variante em tons de verde e azul.

 

 

 

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Jarra

Dezembro 21, 2023

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Pequena jarra, com cerca de 9,4 cm. de altura no vidro, e complementos em prata com punção português utilizado entre 1887 e 1937, executada pelos Établissements Gallé, em Nancy.

 

O consagrado nome de Émile Gallé (1846-1904) transformou-se num prestigiado símbolo de excelência essencialmente associado à arte do vidro, embora Gallé tenha sido também um desenhador exímio e um artista cuja produção se associou ainda a um conjunto de luxuosa produção em marcenaria, caracterizada pelos minuciosos e requintados embutidos, à cerâmica e à pintura.

 

 

 

A Escola de Nancy, um dos epítomes do estilo Art Nouveau, movimento artístico que deve esta designação ao estabelecimento comercial La Maison de l'Art Nouveau inaugurado por Samuel Bing (1838-1905) em 1895, foi fundada em 1901 e teve Émile Gallé como seu primeiro presidente.

 

A produção francesa de vidro artístico durante o período Art Nouveau não terá tido nome mais consagrado que o de Gallé, embora os também célebres irmãos Daum (Antonin, 1864-1931, e Auguste, 1853-1909) tenham criado peças de design e qualidade técnica semelhante.

 

Foi já no período Art Déco que, no âmbito do vidro artístico, surgiu um rival com celebridade à altura, René Lalique (1860-1945), o qual já se havia consagrado com espantosas criações de joalharia e ourivesaria durante o período Art Nouveau. Numa escala mais artesanal e reduzida, Gabriel Argy-Rousseau (1885-1953) concebeu peças igualmente notáveis entre meados da década de 1910 e finais da década de 1930.

 

Na empresa de Gallé chegaram a laborar centenas de operários, muitos dos quais atingiram especializações únicas, com dotes técnicos e artísticos ímpares. Um dos artesãos que mais se terá destacado pela qualidade da sua obra foi Paul Nicholas (1875-1952), que entrou para as oficinas Gallé em 1893 e ali permaneceu até 1919. Posteriormente criou a sua própria empresa, entre 1919 e 1923, vindo depois a colaborar com a empresa Cristalleries de Saint-Louis, em Nancy, conhecida mais tarde como D'Argental.

 

 

 

Embora esta pequena jarra não tenha sido submetida a um polimento final a fogo, o que lhe conferiria uma suavidade ao toque e uma superfície brilhante, apresenta, ainda assim, características que atestam a sua superior qualidade, como a combinação de gravação a ácido e à roda e a presença de diversas camadas sobrepostas de vidro – branco translúcido, verde, azul e rosa no interior.

 

A consagração do nome Gallé e a enorme procura das suas peças originou, no último quartel do século XX, o aparecimento de inúmeras falsificações e de associações espúrias ao seu nome, muitas vezes acompanhadas da abreviatura "Tip", que pretenderão indicar que as peças serão do tipo Gallé, um subterfúgio que não evita ambiguidades e dispendiosas decepções para os coleccionadores menos avisados.

 

 

As marcas presentes nas peças Gallé correspondem a diversos períodos, mas poderão definir-se três grandes fases na sua aplicação – as marcas aplicadas durante a sua vida, até 1904; as marcas aplicadas imediatamente após a sua morte, durante a primeira parte do período de administração de sua viúva, Henriette Gallé-Grimm (1848-1914), que incorporou um asterisco, adjacente à assinatura, entre 1905 e 1908; e as marcas aplicadas entre 1908 e 1936.

 

De acordo com os estudos especializados do académico Samuel Provost (datas desconhecidas) sobre a produção de Gallé, e a sistematização por si estabelecida, que identifica dez períodos e dez marcas-tipo que poderão apresentar pequenas variantes, esta assinatura corresponderá ao tipo MkIII, aplicado entre 1908 e 1920.

 

 

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