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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Jarra

Setembro 14, 2025

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Jarra moldada, com cerca de 18,4 cm. de altura, provavelmente produzida na empresa Antonienhütte, de Franz Welz (1850-1924).

 

Este motivo em relevo, conhecido entre os coleccionadores anglófonos como "brain maze", gera algumas dúvidas quanto à origem da sua produção, havendo quem o atribua também à fábrica boémia Kralik, mas as investigações mais recentes apontam para a empresa de Welz.

 

 

Apesar de esta ser uma peça moldada, o rebordo biselado desta jarra demonstra um acabamento cuidado e de grande qualidade. O amarelo de cádmio e o seu revestimento iridescente contribuem também para transmitir um toque de maior exclusividade na produção da jarra.

 

A empresa Welz tem as suas origens em 1728, ano em que foi fundada por uma família denominada Kopp. Vaclav  Weltz casou em 1794 com Maria Anna Kopp, dando assim origem ao ramo Welz na empresa. Um século depois, o seu descendente Franz Welz fundou a fábrica Antonienhütte, em Klostergrab, atual República Checa, que operou até à década de 1930 e terá produzido esta peça.

 

 

 

Este formato vegetal estilizado, reminiscente de um bolbo em crescimento, é característico do estilo Art Nouveau / Jugendstil, sendo comum à produção de várias fábricas de vidro e cerâmica do final do século XIX e primeiro quartel do século XX.

 

 

 

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Atomizador

Março 14, 2025

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Atomizador de toucador para perfume, com cerca de 8,7 cm. de altura e 12,4 cm. de diâmetro máximo, apresentando decoração a esmalte vermelho e a prata patinada sobre um vidro ametista escuro.

 

 

 

Ostenta a marca de exportação "Tchéco-Slovaquie", impressa em Francês, e a assinatura manuscrita, certamente correspondente ao(à) decorador(a),  "F[W]Valter" (?) / FVolker (?)", aplicadas também em prata.

 

 

 

Note-se como a decoração biomórfica se aproxima não só da forma de alguns dos recortes da fase tardia da obra de Henri Matisse (1869-1954) mas também, e em particular, da obra de Hans Arp (1866-1966).

 

 

 

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Cesta em vidro e metal

Fevereiro 17, 2025

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Cesta metálica, com cerca de 21.5 cm. de altura, e taça interior em vidro laranja, doublé, com cerca de 6 cm. de altura e 18 cm. de diâmetro máximo.

 

 

 

Embora exista vidro português produzido em pasta laranja, particularmente durante as décadas de 1960 e 1970, é muito provável que esta peça, em vidro doublé moldado, seja de origem estrangeira e oriunda da Boémia.

 

 

 

O Museu do Vidro de Passau, um museu alemão localizado num eixo de confluência de linhas fronteiriças entre a Alemanha, a Áustria e a República Checa, uma região vidreira por excelência, apresenta no seu acervo peças em vidro laranja Tango, identificadas como sendo oriundas da Loetz, com estruturas e malhas metálicas semelhantes.

 

 

 

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Jarra

Janeiro 29, 2025

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Jarra ao gosto Arte Nova, ou Jugendstil, com cerca de 17,4 cm. de altura, cuja produção é habitualmente atribuída às fábricas Kralik ou Rindskopf, da Boémia.

 

Por vezes, esta produção também aparece atribuída à fábrica alemã Heckert, embora a conjugação dos tons cromáticos, das faixas púrpuras ligeiramente elevadas e da sobreposição de faixas entre si, não corresponda à habitual gramática decorativa desta empresa (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/jarra-38325).

 

Peça datável de finais do século XIX ou inícios do século XX.

 

 

 

O efeito decorativo desta peça foi obtido a partir de uma base em vidro branco, à qual se adicionaram pequenas manchas de pasta vítrea cor de laranja. Posteriormente, recebeu as faixas de pasta vítrea púrpura e todo o conjunto foi submetido a um tratamento químico, que lhe conferiu o multicolorido aspecto irisado da superfície.

 

A criação de um rebordo tripartido e de quatro concavidades, no corpo principal, está em sintonia com o que ocorria também na cerâmica contemporânea, conhecendo-se algumas jarras em faiança, da fábrica francesa de Sarreguemines, com vidrado cor de rosa, muito semelhantes a este formato.

 

O acabamento irisado está em consonância com o que então se produzia em outras fábricas de vidro, como a Loetz, a Quezal ou a Tiffany, mas também em consonância com o que se produzia em fábricas cerâmicas como a francesa Massier, a americana Weller (particularmente através da sua linha Sicardo) ou a húngara Zsolnay.

 

 

 

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Jarra

Dezembro 21, 2024

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Jarra em vidro irisado com cerca de 16,8 cm. de altura.

 

Durante muitos anos aceite como sendo produção da fábrica boémia Kralik, e muitas vezes, até, apresentada como obra da mais prestigiada fábrica austríaca Loetz, esta peça foi identificada na última década como tendo sido criada, cerca de 1902, por Otto Thamm (1860-1905) para a fábrica alemã de seu falecido sogro, Friedrich ["Fritz"] William Heckert (1837-1887).

 

Fundada em 1866, a fábrica Heckert foi incorporada em 1923 na empresa Josephinenhütte, que recebeu algum do seu arquivo documental.

 

 

 

Este exemplar apresenta uma variante de cor do motivo conhecido como Changeant, motivo que não só confundiu os especialistas, dada a sua semelhança com alguma produção da Loetz, como elevou a procura destes exemplares, cuja qualidade técnica em nada é inferior à da Loetz e cujo prestígio se equipara actualmente às melhores produções desta fábrica austríaca.  

 

Como o nome do motivo indica, a percepção da cor e do irisado da superfície da jarra pode variar consoante a incidência da luz, resultando numa hipnótica e feérica criação em vidro, equiparável à das peças que celebrizaram a produção de consagradas fábricas europeias e americanas como a Loetz, a Quezal e a Tiffany durante o movimento Art Nouveau / Jugendstil.

 

 

 

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Taças

Abril 16, 2024

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Taça em cristal, com cerca de 4,6 cm. de altura e 11 cm. de diâmetro, decorada com motivos geométricos em esmalte tricolor – branco, preto e vermelho, e platina.

 

Apesar de a asa permitir utilizar os exemplares mais pequenos como chávenas, este conjunto, em que a taça maior ostenta as dimensões de 8,4 cm. de altura e 21,3 cm. de diâmetro máximo, seria indicado, bem como os similares, para sobremesas – doce ou gelado, ou até para salada de frutas, mas não para ponche, como à primeira vista poderia parecer.

 

 

 

O formato das taças com três pés revirados é comum na produção da Marinha Grande e está documentado nas décadas de 1930 a 1950, quer com decoração policromada a esmalte quer com decoração rugosa ou areada, habitualmente designada como "granitado" na indústria vidreira, obtida com a fusão de partículas vítreas na superfície exterior das peças.

 

Menos comum é o facto de aparecerem taças, como estas, em que um dos pés foi alargado para servir como asa, o que permite especular sobre a possibilidade de a produção de estas peças não ser atribuível à Marinha Grande, mas sim a fábricas vidreiras da Boémia ou de França, como diversas fontes referem.

 

Sabendo-se, no entanto, como as fábricas da Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis seguiram de perto diversos modelos da Boémia, é bem possível que esta seja produção nacional.

 

 

 

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Cinzeiro

Março 22, 2024

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Cinzeiro, ou taça, com cerca de 8,6 cm. de altura e 16,4 cm. de diâmetro, em vidro branco e azul turquesa.

 

Esta peça, pela volumetria, peso e tratamento do vidro, assemelha-se à produção belga da Val St. Lambert, à boémia de Chřibská, à italiana de Murano, à japonesa da Sanyu, ou até mesmo à da Marinha Grande.

 

Atendendo à predominância do seu tom azul turquesa, alguns coleccionadores atribuem a sua origem à fábrica Sanyu. 

 

Com sede em Osaka, tal como a Iwatsu, que encerrou na década de 1990, a fábrica Sanyu começou a produzir vidro artístico no pós-guerra, exportando para os países ocidentais alguma da sua produção, logo na década de 1960.

 

Para além de, por vezes, aparecerem sob a designação Narumi, as peças desta fábrica apenas apresentavam etiquetas para identificar a sua origem, pelo que, hoje em dia, a maior parte do seu vidro surge sem qualquer marca.

 

 

 

Para confundir ainda mais a identificação destas peças, conhecem-se também alguns exemplares semelhantes com uma etiqueta, a preto e prateado, ostentando a inscrição " Crystal / Belford / Hand Made", que parece ser apenas uma marca de importação.

 

A verdade é que se conhecem exemplares semelhantes em várias outras cores, tanto mais vulgares, em tons de rosa, como invulgares, em tons de verde radioactivo.

 

A torção, a massa vítrea bicromática e a base hexagonal, contudo, são comuns às peças que Jozef Hospodka (1923-1989) produziu para a Sklárna Chřibská, pelo que muitos outros coleccionadores e investigadores consideram ser a origem desta peça atribuível a esta empresa boémia.

 

 

 

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