Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Focas

Julho 27, 2025

blogdaruanove

 

 

Conjunto de foca e cria, com cerca de 14 cm. de altura e 12,8 cm de largura na base, em cristal da empresa RCR, Royal Crystal Rock.

 

Fundada em 1967, na Toscânia, Itália, a RCR Cristalleria Italiana emprega actualmente cerca de 300 pessoas, produzindo cristal, tradicionalmente de um branco transparente com 24% de chumbo, em larga escala e a preços acessíveis.

 

Por vezes, as soluções técnicas que apresenta para controlar ou reduzir os custos reflectem-se na qualidade das suas peças, como é o caso deste conjunto, em que os tons azulados se devem a uma película de verniz, aplicada na base, que se degrada e escama com o tempo.

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra em Cristal

Março 06, 2025

blogdaruanove

 

 

Jarra em cristal doublé, apresentando uma camada interior ametista, com cerca de 20,8 cm. de altura.

 

 

 

Considerando a sua cor, uma das mais frequentes na produção destas fábricas, o seu formato e a característica doublé do seu cristal, é muito possível que esta peça tenha sido produzida na Crisal, de Alcobaça, ou, o que é mais provável, na FEIS, da Marinha Grande, durante as décadas de 1970 ou 1980.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra em Cristal

Fevereiro 28, 2025

blogdaruanove

 

 

Jarra com gravação a estilete preenchida a dourado, com cerca de 18,8 cm. de altura, em cristal azul da antiga fábrica Stephens, da Marinha Grande.

 

 

 

A Fábrica-Escola Irmãos Stephens, também conhecida como "Fábrica Velha", na Marinha Grande, encerrou em 1992, constituindo esta data um marco significativo no declínio da indústria e produção vidreira manual da região.

 

A produção vidreira, industrial e automatizada, de vidro de embalagem e cristalaria ainda regista números e valores significativos no eixo Marinha Grande - Alcobaça, mas a tradição artesanal sofreu um profundo golpe com o desaparecimento da FEIS e, já neste século mas com muito menor dimensão, da Jasmim.

 

 

 

Esta jarra, produzida provavelmente na década de 1980, ilustra um processo de gravação menos comum, e eventualmente menos oneroso, do que a lapidação, a elaborada gravação à roda ou até a gravação a ácido, sendo paradigmática da transversalidade do princípio "ouro sobre azul", habitualmente associado à porcelana azul cobalto.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra com pé

Janeiro 23, 2025

blogdaruanove

 

 

Jarra com pé, medindo cerca de 23, 4 cm. de altura, em cristal da Atlantis, Alcobaça.

 

Esta jarra lapidada apresenta uma gravura a ácido com a inscrição, evocativa do bicentenário do seu falecimento, "Marquez de Pombal / 1782-1982 / II Centenário". Na base apresenta ainda, gravadas manualmente a estilete, a inscrição "RG" e a numeração "23/35", o que indica ser esta uma edição limitada a 35 exemplares.

 

Na mesma ocasião, a fábrica Stephens, da Marinha Grande, produziu também peças em cristal alusivas a este centenário, copos de pé com cerca de 21,5 cm. de altura, exaustivamente lapidados, gravados à roda, com detalhes decorativos semelhantes às da peça evocativa do 25 de Abril de 1974 já aqui reproduzida (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/calice-15749), e com uma gravura a ácido, diferente desta, apresentando a inscrição "1782 . 1982 / Marquez de Pombal . II Centenário".

 

 

 

O Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras, marquês de Pombal, 1699-1782) teve papel preponderante na reimplementação e consolidação da fábrica de vidro da Marinha Grande, que anteriormente pertencera a John Beare (datas desconhecidas) e a partir de 1769 passou a pertencer aos irmãos Stephens, Guilherme (William, 1731-1803) e João Diogo (John James, 1748-1826), não apenas no seguimento da malograda experiência de Beare na Marinha Grande mas também da que anteriormente decorrera na Real Fábrica de Coina.

 

Esta gravura do Marquês de Pombal, com a mesma legenda, conhece-se, ainda, em pequenas campainhas de mesa fabricadas também pela Atlantis. 

 

A memória do Marquês de Pombal, e a sua importância para a indústria vidreira da Marinha Grande, encontra-se ainda documentada, tal como já foi anteriormente referido (https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/pote-com-tampa-3600) na criação, ocorrida durante a I República, da fábrica homónima, que utilizou um logótipo com a efígie do marquês.

 

(As alterações de contorno, visíveis na base desta peça, devem-se apenas à edição e recorte automático da imagem, encontrando-se a peça integralmente preservada.)

 

 

 

© Vidros & Companhia

Sagrada Família

Dezembro 24, 2024

blogdaruanove

 

 

Pequena escultura, com cerca de 17,4 cm. de altura, em cristal Atlantis.

 

Intitulada Família, a escultura foi concebida em 2003 por Cristina Leiria (n. 1946), cujo monograma de assinatura surge, nesta imagem, por baixo da etiqueta transparente da marca.

 

 

 

Esta peça, que ainda é comercializada hoje em dia pela Vista Alegre / Atlantis, ao preço de €200,00, evoca claramente a Sagrada Família e a quadra natalícia, sendo muito semelhante a um conjunto de três figuras soltas, da mesma autoria e também comercializado pela VA/Atlantis, ao preço de €430,00, intitulado Presépio.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Cálice

Abril 25, 2024

blogdaruanove

 

 

Cálice em cristal da fábrica Stephens, Marinha Grande, com cerca de 18,6 cm. de altura, comemorativo do 25 de Abril de 1974.

 

 

 

Concebida como uma peça comemorativa, este cálice celebra não apenas o 25 de Abril mas também, e acima de tudo, a perícia e capacidade técnica dos vidreiros da Marinha Grande.

 

Mostruário de diversas técnicas, este cálice não só foi extensamente lapidado e gravado de diferentes formas – a ácido, a estilete e à roda, como ainda apresenta uma bolha controlada no interior do seu pé.

 

 

 

Produzido numa edição limitada a 500 exemplares, apresenta na sua base, a estilete, as inscrições "372", numa oval, e "STEPHENS".

 

Também inscrita a estilete, à direita da palavra "LIBERDADE", apresenta a assinatura autógrafa do autor – "Libano" (José Manuel Roque de Jesus, dito Libano, 1931-2009).

 

Um exemplar semelhante integra a exposição permanente do Museu do Vidro da Marinha Grande.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Pisa-papéis

Março 30, 2024

blogdaruanove

 

 

Pequeno pisa-papéis, com cerca de 8,9 cm. de altura, em cristal sem chumbo.

 

Tal como já foi referido anteriormente, a propósito de uma peça similar, atendendo às características técnicas da sua produção e à combinação do seu retorcido núcleo cromático, é possível que esta peça tenha sido produzida pelo Jasmim Glass Studio, uma das inovadoras oficinas de vidro da Marinha Grande, apesar de a tricromia evocar claramente as cores da bandeira italiana e de a técnica remeter também para a produção de Murano.

 

Veja-se outro pisa-papéis aqui: https://vidrosecompanhia.blogs.sapo.pt/pisa-papeis-7319.

 

 

 

© Vidros & Companhia

Jarra

Março 09, 2024

blogdaruanove

 

 

Jarra, com cerca de 31 cm. de altura, em cristal da fábrica Atlantis, Alcobaça, apresentando decoração floral pintada à mão.

 

Estas peças, com decoração de influência oriental, ecoam tendências temáticas semelhantes ilustradas, durante as décadas de 1980 e 1990, na decoração em porcelana da Vista Alegre, empresa ligada à IVIMA desde 1955 e à Crisal, que lançou a marca Atlantis, desde 1972.

 

Com um corpo cristalino, tornado translúcido pelo tratamento com jacto de areia, estas peças ostentam sempre o nome dos/as decoradores/as e a data dessa intervenção, neste caso "Alice / 11-1-89", nos mais diversos formatos conhecidos, como copos, jarras ou taças.

 

O Museu do Vidro da Marinha Grande integra, no seu acervo, um cálice, ou copo de pé, com decoração semelhante.

 

Como já foi referido em artigo anterior, a marca Atlantis foi aplicada entre 1972 e 2016.

 

 

© Vidros & Companhia

Pato

Março 01, 2024

blogdaruanove

 

 

Pequena figura em cristal sem chumbo representando um pato, com cerca de 10,2 x 7,2 cm., eventualmente produzida no Estúdio Jasmim, Marinha Grande, que seguiu muito de perto alguma da produção italiana de Murano.

 

Embora esta figura não tenha sido realizada a partir de tubos ou varetas, como acontece nas pequenas peças produzidas ao maçarico, mas sim a partir de um pequeno aglomerado de cristal fundido, exemplifica uma técnica comum aos dois produtos finais, consistindo na utilização de pinças para alongar e formar a cauda, as asas, o pescoço e o bico.

 

Por outro lado, quando normalmente temos pequenas excrescências coloridas adicionadas ao corpo principal da pasta vítrea, para obter os olhos na maioria da peças de maçarico, verificamos nesta peça que os mesmos são sugeridos através de concavidades resultantes de uma compressão da pasta.

 

Note-se como a inserção de uma pequena mancha castanha, translúcida, no corpo cristalino acentuou a tridimensionalidade da peça e lhe veio conferir a possibilidade de obter um efeito quase caleidoscópico durante o seu manuseamento.

 

A fábrica italiana Campanella, de Murano, comercializou figuras muito semelhantes, quer na morfologia, quer nas dimensões, quer na inserção de manchas coloridas, mas estas, ao contrário do presente exemplar, ostentam uma massa vítrea adicionada ao corpo da figura, servindo de base e concedendo-lhe maior estabilidade, um detalhe distintivo e característico, aliás, de muitas figuras animais produzidas nesta região veneziana.

 

A fábrica Nason, da mesma localidade, fabricou também figuras similares, sem base, mas a sua morfologia geral não se aproxima tanto deste exemplar como as figuras Campanella.

 

 

© Vidros & Companhia

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D