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Vidros Portugueses & Companhia

Vidros Portugueses & Companhia

Aneleira Daum

Outubro 30, 2025

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Pequena aneleira, com cerca de 4,5 x 8,6 x 7 cm., em pasta de vidro da consagrada empresa francesa Daum.

 

Anteriormente, já se apresentou uma variante desta estilizada peça floral, em tons de verde e rosa, onde também se notam as inúmeras bolhas que constituem imagem de marca da pasta de vidro.

 

   

 

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Taça Delatte

Agosto 15, 2025

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Taça, com cerca de 9,4 cm. e 16,4 cm. de diâmetro, em vidro da empresa francesa Delatte, de Nancy.

 

Este tipo de taças, produzidas, durante as décadas de 1920 e 1930, na fábrica de André Delatte (1887-1953), que esteve activa entre 1921 e 1933, assemelham-se, tecnicamente, à produção da vizinha fábrica Daum, de onde eram originários alguns dos mestres vidreiros da empresa.

 

As diferentes tonalidades são obtidas através da junção, a quente, de vidros de diferentes cores. A assinatura resulta de um stencil negativo, que cobre a superfície do vidro brilhante antes de este ser submetido a um tratamento de foscagem.

 

 

 

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Jarra

Setembro 09, 2024

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Jarra, com cerca de 20,8 cm. de altura, produzida na fábrica de André Delatte (1887-1953), em Nancy, provavelmente durante a década de 1920.

 

Delatte iniciou um estúdio de vidro, em Nancy, no ano de 1919, onde os seus operários procediam à decoração de peças originárias da empresa Frères Muller. Em 1921 construiu o seu primeiro forno, passando a empresa a ter a denominação Verreries de l'Est.

 

Famosa também pelas suas peças decoradas a esmalte e, particularmente, pelas suas jarras de influência persa, com base bulbosa e longo colo, denominadas berluzes pela Daum mas apelidadas de galinettes por Delatte, a empresa acabou por encerrar em 1933 e ser liquidada em 1938.

 

 

 

Modelos como este, com peças esculpidas a ácido e preenchimento dos sulcos a dourado, eram semelhantes a alguma da produção Daum realizada na mesma época.

 

O enorme sucesso das berluzes denominadas galinettes, a angariação de operários especializados oriundos da Daum e a semelhança de jarras como esta, terão sido as razões para a Daum ter interposto uma acção legal contra a Delatte, por eventual plágio do formato berluze, que parece não ter tido êxito.

 

 

 

O industrioso e versátil Delatte, que havia começado como comerciante de tapeçaria e banqueiro, para alcançar fama e sucesso na indústria vidreira, abandonou a região de Nancy em 1937, mudando-se para a Provence, onde passou a desenvolver acção como corrector de seguros, acabando por falecer, de ataque cardíaco, durante uma deslocação a Toulouse.

 

 

 

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Pisa-papéis

Junho 24, 2024

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Pisa-papéis, com cerca de 5,7 cm. de altura e 8 cm. de diâmetro, produzido em França, na Cristallerie de Clichy, entre 1837 e 1885.

 

Os pisa-papéis oitocentistas de Clichy surgem predominantemente em duas dimensões – algumas semelhantes a esta, outras menores, consideradas miniaturas, variando entre cerca de 3 a 4 cm. de altura e 4,5 a 5,3 cm. de diâmetro.

 

 

 

Conhecem-se diversas variantes cromáticas para estes pisa-papéis, nomeadamente quanto às rosetas – verdes/vermelhas/brancas, verdes/brancas/pretas, brancas/rosa/vermelhas, azuis/brancas/vermelhas e púrpuras/brancas/vermelhas.

 

Já quanto às espirais, conhecem-se as seguintes combinações – brancas/pretas/lilazes, brancas/rosa metálico/rosa, brancas/pretas/azuis, brancas/azul celeste/azul turquesa e brancas/pretas/verde lima.

 

Embora estes exemplares não sejam exorbitantemente dispendiosos, as peças da Clichy constituem, juntamente com os exemplares das fábricas francesas Baccarat e Saint-Louis, um triângulo incontornável no coleccionismo de prestigiados pisa-papéis, sendo muito procurados dada a sua relativa escassez no mercado.

 

 

 

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Jarra

Abril 29, 2024

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Pequena jarra dos Établissements Gallé, com cerca de 7,8 cm. de altura, ostentando assinatura correspondente a uma variante da marca Provost MkI, aplicada até 1904.

 

Este exemplar apresenta decoração à roda efectuada na camada laranja do vidro, decorrendo o seu acabamento acetinado ao tacto do facto de a peça ter sido submetida a um polimento a fogo depois desta intervenção.

 

 

 

A armação ostenta punção de prata portuguesa de 2.º toque (833 milésimas), na variante da marca octogonal aplicada no Porto e correspondente ao período de 1887 a 1937.

 

Embora o formato desta jarra Gallé seja bem conhecido e existam exemplares semelhantes em número considerável, não há registo de outro exemplar com igual decoração complementar em prata.

 

 

 

As bagas são um motivo recorrente durante o período Art Nouveau, sendo comuns tanto na produção de outras empresas vidreiras europeias como na produção de diferentes empresas cerâmicas.

 

 

 

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Taças

Abril 16, 2024

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Taça em cristal, com cerca de 4,6 cm. de altura e 11 cm. de diâmetro, decorada com motivos geométricos em esmalte tricolor – branco, preto e vermelho, e platina.

 

Apesar de a asa permitir utilizar os exemplares mais pequenos como chávenas, este conjunto, em que a taça maior ostenta as dimensões de 8,4 cm. de altura e 21,3 cm. de diâmetro máximo, seria indicado, bem como os similares, para sobremesas – doce ou gelado, ou até para salada de frutas, mas não para ponche, como à primeira vista poderia parecer.

 

 

 

O formato das taças com três pés revirados é comum na produção da Marinha Grande e está documentado nas décadas de 1930 a 1950, quer com decoração policromada a esmalte quer com decoração rugosa ou areada, habitualmente designada como "granitado" na indústria vidreira, obtida com a fusão de partículas vítreas na superfície exterior das peças.

 

Menos comum é o facto de aparecerem taças, como estas, em que um dos pés foi alargado para servir como asa, o que permite especular sobre a possibilidade de a produção de estas peças não ser atribuível à Marinha Grande, mas sim a fábricas vidreiras da Boémia ou de França, como diversas fontes referem.

 

Sabendo-se, no entanto, como as fábricas da Marinha Grande e de Oliveira de Azeméis seguiram de perto diversos modelos da Boémia, é bem possível que esta seja produção nacional.

 

 

 

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Jarra

Fevereiro 02, 2024

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Jarra moldada em vidro de três camadas, com cerca de 21,5 cm. de altura, concebida por Pierre d'Avesn (Pierre Girre, 1901-1990), famoso designer que colaborou com as conceituadas empresas Lalique, onde criou algumas das mais famosas peças não assinadas por René Lalique (1860-1945), Daum, Verlys e Sèvres/Choisy-le-Roy.

 

As decorações florais em estilo Art Déco, como esta, contribuíram grandemente para a consagração de Pierre d'Avesn, embora este seja um artista que também produziu peças representando animais e criou composições mais abstracizantes e geométricas. 

 

 

 

Na maior parte dos casos, Pierre d'Avesn colaborou com estas empresas sem ter direito a assumir publicamente a autoria das suas criações, mas durante a segunda metade da década de 1920 trabalhou por conta própria e, a partir de então, muitas das peças passaram a ostentar o seu nome.

 

Conhecem-se outros exemplares, com este design e também com três camadas, em vidro cor de âmbar e em vidro branco translúcido e fosco.

 

 

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Jarra

Dezembro 21, 2023

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Pequena jarra, com cerca de 9,4 cm. de altura no vidro, e complementos em prata com punção português utilizado entre 1887 e 1937, executada pelos Établissements Gallé, em Nancy.

 

O consagrado nome de Émile Gallé (1846-1904) transformou-se num prestigiado símbolo de excelência essencialmente associado à arte do vidro, embora Gallé tenha sido também um desenhador exímio e um artista cuja produção se associou ainda a um conjunto de luxuosa produção em marcenaria, caracterizada pelos minuciosos e requintados embutidos, à cerâmica e à pintura.

 

 

 

A Escola de Nancy, um dos epítomes do estilo Art Nouveau, movimento artístico que deve esta designação ao estabelecimento comercial La Maison de l'Art Nouveau inaugurado por Samuel Bing (1838-1905) em 1895, foi fundada em 1901 e teve Émile Gallé como seu primeiro presidente.

 

A produção francesa de vidro artístico durante o período Art Nouveau não terá tido nome mais consagrado que o de Gallé, embora os também célebres irmãos Daum (Antonin, 1864-1931, e Auguste, 1853-1909) tenham criado peças de design e qualidade técnica semelhante.

 

Foi já no período Art Déco que, no âmbito do vidro artístico, surgiu um rival com celebridade à altura, René Lalique (1860-1945), o qual já se havia consagrado com espantosas criações de joalharia e ourivesaria durante o período Art Nouveau. Numa escala mais artesanal e reduzida, Gabriel Argy-Rousseau (1885-1953) concebeu peças igualmente notáveis entre meados da década de 1910 e finais da década de 1930.

 

Na empresa de Gallé chegaram a laborar centenas de operários, muitos dos quais atingiram especializações únicas, com dotes técnicos e artísticos ímpares. Um dos artesãos que mais se terá destacado pela qualidade da sua obra foi Paul Nicholas (1875-1952), que entrou para as oficinas Gallé em 1893 e ali permaneceu até 1919. Posteriormente criou a sua própria empresa, entre 1919 e 1923, vindo depois a colaborar com a empresa Cristalleries de Saint-Louis, em Nancy, conhecida mais tarde como D'Argental.

 

 

 

Embora esta pequena jarra não tenha sido submetida a um polimento final a fogo, o que lhe conferiria uma suavidade ao toque e uma superfície brilhante, apresenta, ainda assim, características que atestam a sua superior qualidade, como a combinação de gravação a ácido e à roda e a presença de diversas camadas sobrepostas de vidro – branco translúcido, verde, azul e rosa no interior.

 

A consagração do nome Gallé e a enorme procura das suas peças originou, no último quartel do século XX, o aparecimento de inúmeras falsificações e de associações espúrias ao seu nome, muitas vezes acompanhadas da abreviatura "Tip", que pretenderão indicar que as peças serão do tipo Gallé, um subterfúgio que não evita ambiguidades e dispendiosas decepções para os coleccionadores menos avisados.

 

 

As marcas presentes nas peças Gallé correspondem a diversos períodos, mas poderão definir-se três grandes fases na sua aplicação – as marcas aplicadas durante a sua vida, até 1904; as marcas aplicadas imediatamente após a sua morte, durante a primeira parte do período de administração de sua viúva, Henriette Gallé-Grimm (1848-1914), que incorporou um asterisco, adjacente à assinatura, entre 1905 e 1908; e as marcas aplicadas entre 1908 e 1936.

 

De acordo com os estudos especializados do académico Samuel Provost (datas desconhecidas) sobre a produção de Gallé, e a sistematização por si estabelecida, que identifica dez períodos e dez marcas-tipo que poderão apresentar pequenas variantes, esta assinatura corresponderá ao tipo MkIII, aplicado entre 1908 e 1920.

 

 

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