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Placa decorativa, ou veilleuse, com cerca de 23,2 cm. de altura e 13,3 cm. de lagura máxima, em vidro branco translúcido biselado, com remate a dourado, e base em vidro azul translúcido.
A figura feminina com ave e a envolvente floral foram eximiamente gravadas à roda, com detalhada perícia, e apresentam a assinatura manuscrita Cêa Simões, antiga grafia para Ceia Simões.
Não se encontra grande documentação sobre a Cêa Simões, sabendo-se, no entanto, que foi uma empresa da Marinha Grande especializada em gravação sobre vidro proveniente de diferentes fábricas.
(Adenda - Conforme comentário registado abaixo, esta peça e a sua gravação serão da autoria de Teotónio de Cêa Simões [datas desconhecidas].)
Há registos de a empresa CCS, Carlos de Ceia Simões, referida como sendo uma "empresa de decoração de Vidro", ter sido fundada no início da década de 1960 e estar em situação de pré-falência em 1982, ano em que passou a ser administrada por Luís Guerra Marques (n. 1946?), que a conseguiu viabilizar a partir de 1985.
Depois de esta viabilização, sabe-se que a empresa esteve representada na feira de Frankfurt de 2006 e estava ainda activa em 2015, ano em que presenteou a cantora e actriz Simone de Oliveira (n. 1938) com um jarrão em vidro da Marinha Grande, lapidado pelo mestre José Matias (datas desconhecidas), ostentando uma imagem estilizada da Gare do Oriente, em Lisboa, decoração que havia sido lançada em 2013.
As publicações da empresa nas redes sociais parecem ter cessado a partir de 2018 e o seu site (www.simoes.com) encontra-se actualmente desactivado.
Para além de se conhecerem vários frascos de perfume de toucador gravados e lapidados nesta empresa, conhecem-se várias outras peças gravadas à roda com a assinatura Cêa Simões, assinatura comercial abrangendo o trabalho de vários mestres gravadores e lapidadores, como se deprende do exemplo do mencionado jarrão, nomeadamente grandes potes com tampa representando cavalos em diferentes posições de equitação.
Embora a base desta peça e alguns dos frascos de perfume pareçam ser característicos de décadas anteriores, não foi possível confirmar a existência de um mestre gravador Cêa Simões em actividade num período anterior ao desta empresa homónima.
© Vidros & Companhia